segunda-feira, 23 de agosto de 2010

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Noventa mil tambores acompanham a sua fala e a força de nove mil elefantes reforça as suas ideias. Está acima das divisões entre platônicos e aristotélicos. Está vivo e pronto. Enfrentaria desde Parmênides, Platão, Espinosa, Kant, Francis Bradley e Ariosto Petrovitch Buchanambridge; a Heráclito, Aristóteles, Locke, Hume, William James e Joshua Jay Fronzier. Acaba de criar a filosofia Kspar que lhe dará fama e fortuna. Em breve será a maior de todas as novidades e ainda poucos a conhecerão. Mais tarde abrangerá o mundo todo e sua vitória será tão vasta e fundamental que seu nome será inútil. Ninguém se declarará ksparialista porque não haverá quem seja outra coisa. E dirá de si mesmo que não passa de uma tese muito bem construída e que por isso apodera-se de quem lhe dá ouvidos. E implantará o terror e a liberdade em nome da palavra desfeita. E será esplêndido em toda e qualquer empreitada. E terá dias de compreensão e rumores de ameaças. E será banido para terras inexistentes assim que descobrir que não é outro senão ele quem desencadeia a sua própria fúria. E se rebelará contra si mesmo. E voltará ainda mais forte e determinado. E saberá que deverá encontrar alguém de instinto forte e alma doce. E a encontrará, mas não a reconhecerá. E apontará para si em tom de ameaça. E aplicará o rufar dos noventa mil tambores e a força dos nove mil elefantes contra si mesmo. E desejará nunca ter existido. E derrubará uma lágrima. E desaparecerá.

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