Nas manchas da lua ele acredita divisar a forma de uma donzela que, por sua vez, em tempos de luxúria, em uma de suas outras mortes, quando ele morria de amor, abasteceu-lhe de carinho, sexo e compaixão. Ao safar-lhe do fogo solar dos dias intermináveis, trazendo-lhe noite a qualquer hora e com isso o arejamento da alma, fez com que ele sucumbisse aos encantos da literatura de próprio punho e, assim, adiasse a partida para muito além das próprias expectativas. E foi-lhe grato mais tarde quando as frases alinhadas em textos vieram a público por conta de um novo amor. Justo aí ela se foi para nunca mais voltar.
E, desde então, sempre que está apaixonado e com medo de morrer de novo, olha para a lua e consegue vê-la acenar e, convidativa, abrir-lhe as pernas mais uma vez.
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