quarta-feira, 8 de setembro de 2010

031

Não posso esclarecer a data exata do relato. Nem lembro se foi fantasia ou fato. Só que pedi aos deuses que não me abandonassem. Ainda que demorassem, teriam de me tirar daquele estado. Para que eu não passasse para o outro lado, ou fosse e nunca mais voltasse, tornei-me um revolucionário. Minha luta exigia de mim uma dose de sanguinário, e alguns esclarecimentos históricos, mesmo que reduzidos ao fato, ou ao imaginário. Mas a invenção da máquina a vapor que eu intentava, talvez tenha ficado no âmbito do soldado que brinca com a cafeteira. E lutei por uma semana inteira, até descobrir que eu não era de extrema-esquerda; mas de saudades eu sofria, e que daí é que vinha a minha melancolia. E passei a escrever para dela não esquecer, e escrevendo segui para nunca mais deixar de crer.

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