sexta-feira, 1 de outubro de 2010

054



Tinha sempre um sonho. Tinha uma vontade de dar certo. E uma de só vagar. E uma angústia perdida; e outra boa. E eu caminhava pelas ruas com um nó por dentro. E os dias eram nublados. E eu só tinha a mim mesmo. E todo o resto. Todas as possibilidades. Coisas incríveis aconteciam dentro de mim; e eu nem notava. E era sentir e sentir. Tudo ampliado. E uma coisa que vinha de não sei onde e se encaminhava para bem mais adiante. E eu nem percebia. Enxergava brilhos e traduzia em riscos. E riscava tudo. E não acreditava que pudesse existir. E não sabia nada sobre ser aceito. Ou repudiado. E esquecia nas noites, os dias; e nos dias uma escuridão. E nem falava mais. Era só eu comigo. E era bom ser eu; ainda que solidão.


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